Políticas Públicas Brasileiras em Educação Especial
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PPP da Educação Inclusiva
Trabalho há 16 anos em na Escola Estadual de Ensino Fundamental Dr. Ferreira de Abreu, no Bairro Sarandi, em Porto Alegre.
Conforme a classificação da SEC, a escola é considerada média, atende cerca de 602 alunos nos 2 turnos diurnos, manhã e tarde. Temos desde a Educação Infantil com Nível A e B e Ensino Fundamental de 9 anos, aos poucos estão sendo trocadas as turmas seriadas, este ano já não temos mais a 2ª série.
O corpo docente é formado por 33 professores. Atualmente temos 7 funcionários distribuidos entre cozinha(1), limpeza(1), secretaria(3) e portaria, que também auxiliam na disciplina da escola(2), que se alternam em horários.
Caso houver falta de algum professor ou este precisar atender algum pai, não temos disponibilidade de pessoal para atender as turmas, sendo necessário que outros colegas auxiliem no atendimento com os alunos.
A escola não dispõe de espaço físico adequado para atender crianças com necessidades especiais, temos 2 andares com escadas, as portas são estreitas e com degraus para entrar.
Não temos pessoal capacitado a atender alunos de educaçaõ especial.
Já tivemos uma aluna com deficiência visual ano passado, mas a família a levou para uma escola direcionada e específica a atender a sua necessidade. Este relato está na página Relato de Experiência.
Este ano a Educação Infantil está com um aluno que tem todos os traços de Síndrome de Down, preciso conversar com a professora para coletar mais informações, e colocarei aqui. Em tempo: o comentário deste caso está na página Relato de Experiência, com link no parágafo acima.
Há uns 15 anos mais ou menos, foi extinta uma turma de alunos que necessitavam de atendimento diferenciado, que tinham uma professora capacitada a atender estes alunos. Eles se integravam diretamente com todos da escola, em todos os ambientes, não eram considerados diferentes, o diferencial era o ensino que eles tinham na sala de aula, direcionado a suas capacidades e habilidades. Alguns no ano seguinte ou quando estavam mais adiantados, ingressavam em turmas regulares.
Hoje não temos mais estas turmas, a comunidade sente muita falta deste atendimento diferenciado, pois não tem escolas especiais por perto, e muitos ficam sem estudar, não tem condições de custear as despesas para transporte.
Conforme a leitura dos textos da unidade 2, consta na:
LDB, Art.59. Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com necessidades especiais:
III-professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns.
Pois bem, a inclusão da disciplina de Educação de Pessoas com Necessidades Especiais nos níveis citados neste artigo, é muito recente, como que em um semestre, dividindo o tempo com outras disciplinas, podemos nos tornar capacitados a atender a demanda de exigência que é o atendimento a estas pessoas que necessitam tanto de uma atenção completamente especializada?
A cada novo conhecimento que adquiro com estudos e pesquisas neste assunto, vejo que não podemos simplesmente atender crianças de ensino regular juntamente com crianças "especiais" da mesma maneira, cada uma delas precisa de estímulos diferenciados para assim formar a comunicação com o meio da qual estão inseridos.
Se o professor não tem a capacitação necessária a atender estas crianças, elas se tornarão seres inclusos em um sistema que irá transformar esta situação em exclusão social.
Entre os diversos tipos de necessidades: cadeirante, visuais, auditivos, down e DTAH, cada um deve ter um acompanhamento diferenciado, e para isso é preciso que haja mais recursos políticos que disponibilizem os programas de enriquecimento curricular.
A inclusão escolar deve ter início já na Educação Infantil, para que a criança desde cedo já interaja com o meio da qual ela é parte fundamental como cidadã.
Comments (2)
Simone Ramminger said
at 10:15 pm on May 3, 2009
Kathia apresentaste alguns dados da escola onde trabalhas, bem como os alunos com necessidades especiais que vocês atendem. Sabes como foi o processo de aprendizagem da aluna com deficiência visual? Como ela se comunicava e interagia com a professora e com os colegas? Podes indicar ainda no texto as condições sócio-econômicas das famílias, características da comunidade escolar, participação na escola... Os casos desses alunos com necessidades especiais são discutidos nas reuniões de formação e planejamento da tua escola? Lembra ainda de integrar o teu relato com os textos lidos. Um abraço, Simone
Simone Ramminger said
at 8:54 pm on May 21, 2009
Kathia referes que: "...vejo que não podemos simplesmente atender crianças de ensino regular juntamente com crianças "especiais" da mesma maneira, cada uma delas precisa de estímulos diferenciados para assim formar a comunicação com o meio da qual estão inseridos." Tens razão, receber alunos com necessidades educativas especiais nas salas de aula do ensino regular demanda uma série de mudanças na escola, como a flexibilização do currículo por intermédio das adaptações e novas práticas que sejam facilitadores da aprendizagem, a revisão de posturas e conceitos, bem como a previsão do atendimento educacional especializado, a fim de atender às necessidades educativas especiais dos alunos.
No texto "História, Deficiência e educação especial", Miranda traz algumas idéias que comentas no teu relato: "A efetivação de uma prática educacional inclusiva não será garantida por meio de leis, decretos ou portarias que obriguem as escolas regulares a aceitarem os alunos com necessidades especiais, ou seja, apenas a presença física do aluno deficiente na classe regular não é garantia de inclusão, mas sim que a escola esteja preparada para dar conta de trabalhar com os alunos que chegam até ela, independente de suas diferenças ou características individuais". De que maneira acreditas que a tua escola pode se preparar melhor para receber esses alunos?
Um abraço, Simone
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